Autolesão não suicida em adolescentes: intervenções na escola em uma perspectiva crítica e sistêmica

Estudo Caso Institucional/Escolar: Autolesão não suicida em adolescentes: intervenções na escola em uma perspectiva crítica e sistêmica

Resumo:

A adolescência e a puberdade se caracterizam por períodos marcados por grandes transformações sociais e físicas que impactam a subjetividade. Como fase de transição é requerido da pessoa a construção de uma identidade sexual e de gênero, a possibilidade de estabelecer relações afetivas, capacidade de assumir compromissos e a aquisição de um sistema de valores pessoais, com variações de acordo com as condições socioeconômicas da família do adolescente.

Com tantos desafios, o confronto com os adultos é frequente e episódios de entristecimento, angústia e ansiedade ocorrem pelo luto da perda da infância e o desafio do ingresso no mundo adulto. A conduta da autolesão pode ocorrer nesta fase como busca de “alívio” da dor, como um sintoma em adolescentes que muitas vezes o mantêm em segredo.

A proposta deste trabalho é apresentar as intervenções realizadas na escola com um grupo de adolescentes com condutas de autolesão, manifestadas em ambiente escolar. Participaram seis adolescentes indicadas pela escola, em encontros semanais de 2 horas.

Em uma perspectiva crítica e sistêmica, foram utilizados recursos artísticos, dinâmicas de grupo, jogos e literatura como estratégias nos atendimentos, em diálogo com os professores e gestores. Os resultados indicaram a necessidade dos adolescentes serem cuidados e compreendidos e a autolesão como um sintoma de uma psicopatologia social, de contágio e não uma doença.