A detecção de manchas de óleo na superfície do mar: estado-da-arte do sensoriamento remoto e perspectivas futuras no Brasil

No último trimestre de 2019, a costa brasileira recebeu um volume sem precedentes de petróleo bruto do mar, que se tornou o pior desastre ambiental marinho no país. Derrames de óleo no mar, acidentais ou não, acarretam prejuízos incalculáveis e em grande medida, irreversíveis ao meio ambiente, à saúde da população e à economia local. Dotar o País de meios de monitoramento por sensores remotos de embarcações e plataformas, bem como incidentes por derramamento de óleo no mar e previsão de suas derivas, se reveste com prioridade inadiável, visto que se antevê grande aumento do tráfego marítimo no Atlântico Sul nos próximos anos. Distinguir entre manchas de óleo naturais e de origem antrópica também é uma tarefa desafiadora. Esta sessão pretende apresentar os desenvolvimentos recentes de um sistema coordenado de monitoramento de manchas de óleo no mar, os fundamentos de uso de sensores remotos, o uso de novas técnicas de inteligência artificial e novos sensores, assim como a experiência adquirida ao longo dos anos no Brasil.