Ciência, Democracia E Crises Contemporâneas Na Dinâmica Global

Ciência e democracia tem sido um tema recorrente nos estudos das humanidades. Em que pese a relevância do entendimento das relações entre ciência e democracia, conhecimento e política, e a necessidade de um olhar constante de atualização, es-tamos hoje diante de mudanças nas dinâmicas globais e geopolíticas e nos desafios impostos à comunidade científica como um todo para pensar a construção do futuro. Esta mesa redonda pretende trazer ao debate interpretações sobre as crises teóricas enfrentadas na atualidade entre o conhecimento científico e as dinâmicas recentes do estabelecimento da democracia. Isso significa criar possibilidades de perceber outros paradigmas que podem ser essenciais ao entendimento da sociedade e de fenômenos emergentes, tais como os novos processos de diáspora e de racialização que crescem no mundo com a intensificação dos conflitos sócio-territoriais e ambien-tais e que interrogam, continuamente, as nossas ferramentas analíticas dominantes. Repensar, nessa direção, o lugar ocupado no campo cientifico pelas contribuições vindas das ciências sociais, de suas reflexões sobre a realidade e as crises que o mundo atual experimenta, seja pelos processos e eventos que tem produzido cada vez mais refugiados, migrantes, desterritorializados e despatriados, de múltiplas causas e cirscuntâncias, seja o aumento dos nacionalismos, fundamentalimos e es-tados autoritários que desafiam os processos de construção da democracia ao redor do mundo, seja ainda por razões outras, referidas às dinâmicas econômicas e da modernidade. Ou ainda as crises devido as rápidas mudanças e inseguranças no campo do trabalho e da vida, ou de urgências postas pelas alterações climáticas. A sociologia em particular e as humanidades em geral têm um grande compromisso em decodificar, pesquisar, analisar e apresentar conhecimentos sobre esses proces-sos, suas gêneses e o que se pode ter como orientação para o mundo diante de fenômenos emergentes que extrapolam a nossa capacidade explicativa e operativa. Estamos diante de desafios e crises, do conhecimento e da democracia, e se impõem rupturas epistemológicas necessárias.