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O Que É O Urbano Contemporâneo

Tipo:

Conferência

Categoria:

Sênior

Local:

Bloco I – UFPA Internacional

Data e hora:

13:00 até 14:30 em 08/07/2024

No decorrer do século XX houve um crescimento sem precedentes da população vivendo em cidades, e sucessivas metamorfoses das aglomerações por todo o planeta. Desde os anos 1950 as conurbações se disseminaram e deram origem a regiões metropolitanas, cidades-regiões e megalópoles em países que seguem as referências euroamericanas, ou sociedades urbano industriais. Este processos foram descritos pelo filósofo francês Henri Lefebvre como movimentos de implosão e explosão das cidades e de formação de um tecido urbano extensivo, como expressão da lógica de operação capitalista. Esse processo tem sido descrito pelo conferencista como urbanização extensiva, e por outros autores como urbanização planetária. Nesta perspectiva, a palavra urbano deixou de ser adjetivo, tornando-se substantivo, e além disso, algo que não é mais sinônimo de cidade, ou oposto de rural. A escala de exploração de recursos (água, alimento, minerais, etc.) para atendimento de grandes aglomerações alcança os lugares mais longínquos do planeta e tem promovido o transbordamento de estruturas e tipologias que servem às cidades, e disputam o controle das terras e recursos hídricos entre agentes sociais que vivem segundo outros marcos culturais e econômicos (indígenas. quilombolas, camponeses, ribeirinhos, etc.). A incapacidade de reconhecer e acolher diferenças simbólicas e visões de mundo promove injustiças socioambientais que obrigam a uma reflexão sobre as conexões entre desenvolvimento, sustentabilidade e urbanização. Roberto Monte-Mor formula esta narrativa desde os anos 1980, quando explicou como a urbanização extensiva se estabeleceu na Amazônia, e recentemente apresenta a provocação de que não há somente a necessidade de compreender estas categorias, mas também de buscar o seu par dialético, ou a virtualidade do ubano-natural. Este seria um movimento de reconexão das pessoas com a natureza (e com os limites ecossistêmicos), e de reintrodução da natureza na cidade com o reconhecimento político de todos os grupos sociais, em especial os que dependem desses recursos e vem sendo subalternizados e invisibilizados em razão da prioridade econômica. Nesta perspectiva, o conferencista propõe que a sociedade urbana industrial precisará ouvir e acolher outras sociedades e lógicas para se desalienar, compreender urbanização e desenvolvimento em novos termos e tornar o futuro possível.
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