Desafios Atuais Da Curricularização Da Extensão Universitária Na Saúde: Impacto Social, Inovação E Engajamento Cidadão No Fortalecimento Do Sus

No campo da Saúde Coletiva, muitas experiências de Extensão Universitária vêm sendo reconhecidas como metodologias de formação acadêmica e profissional socialmente referenciadas, configurando metodologias inovadoras e abordagens pedagógicas de destaque no que se refere às potencialidades e ricos desdobramentos da inserção curricular da Extensão nos cursos superiores da área da saúde. Assim, no contexto da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), vem sendo priorizada a ampliação e o aprofundamento dos debates em torno da importância da Extensão Universitária na Saúde Coletiva, na perspectiva de promover o diálogo entre a universidade e os movimentos sociais, tendo na educação popular, especialmente na perspectiva freiriana, um referencial destacado, na direção de metodologias extensionistas dialógicas, participativas e socialmente compromissadas. A partir de 2018, a Política de Extensão ganha impulso com a Resolução nº 07 do CNE, instituindo as diretrizes para a implementação nas IES, com o compromisso de ao final de 2022 orientar os processos de curricularização da extensão voltados para: a interac?a?o dialo?gica da comunidade acade?mica com a sociedade; a formac?a?o cidada? dos estudantes; a produc?a?o de mudanc?as na pro?pria instituic?a?o superior e nos demais setores da sociedade, a articulac?a?o entre ensino/extensa?o/pesquisa; ancorada em processo pedago?gico u?nico, interdisciplinar, crítico, poli?tico educacional, cultural, cienti?fico e tecnolo?gico. Assim, com o presente Painel, propõe-se fomentar o debate, nas várias instituições de ensino superior em saúde, sobre os principais desafios atualmente encontrados para desenvolver a inserção curricular da Extensão com perspectivas teóricas, metodológicas e políticas coerentes com o atual momento da nação, voltado à reconstrução crítica das políticas públicas, e a um novo ciclo de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Nessa direção, pretende-se pautar discussões em torno de metodologias das práticas extensionistas, das abordagens educativas e das intencionalidades e compromissos sociais das mesmas na direção de uma Extensão curricularizada que esteja em sintonia com uma perspectiva cidadã de universidade, implicada no impacto social de suas iniciativas de ciência, tecnologia e cuidado em saúde. Esperamos, com a presente proposta, promover um debate não apenas com a comunidade acadêmica da área da Saúde, mas de outras áreas do conhecimento, de modo a provocarmos a mobilização de ideias e reflexões em torno dos caminhos e das iniciativas que promovam práticas e experiências de Extensão orientadas por uma metodologia dialógica, socioculturalmente sensível, participativa, decolonial e socialmente referenciada, situada na ótica da construção compartilhada e engajada dos saberes e da ação social. Para tanto, no Painel ora proposto deveremos contar com reflexões elaboradas por intelectuais orgânicos dos movimentos sociais populares, trazendo aspectos e problematização de questões a partir de sua interação com a Extensão Universitária, como também de seu olhar crítico e propositivo para a universidade na atualidade; ademais, teremos a participação de docentes da ABRASCO, de diferentes instituições, que vêm acompanhando processos de curricularização da Extensão em suas universidades e formulando ensaios e ideias sobre metodologias críticas e participativas de Extensão; e contaremos ainda com a participação do atual presidente do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras (FORPROEX), de modo a contemplarmos as discussões interinstitucionais em nível nacional e as perspectivas futuras nesse debate.