O Brasil Face À Corrida Científica E Tecnológica Mundial: Oportunidades E Desafios

O trabalho analisa os efeitos econômicos, políticos e sociais da corrida científica e tecnológica contemporânea. Indica o contínuo crescimento do volume de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, nas duas primeiras décadas do século XXI; seus efeitos diferenciados na produção científica e no crescimento econômico, dos principais países e regiões do globo. Destaca o crescimento diferenciado dos países asiáticos, especialmente da China, em relação aos países do ocidente, tanto na produção quanto no comércio internacional. A partir desses indicadores analisa as dificuldades da governança global, o deslocamento geoeconômico do ocidente para o oriente e seus possíveis efeitos geopolíticos. Conclui situando a posição do Brasil, indicando suas potencialidades e, ao mesmo tempo, seus desafios, diante das aceleradas transformações na ordem econômica e política global. O trabalho está dividido em quatro partes. Na primeira analisa os efeitos paradoxais do uso da ciência e da tecnologia, ampliando a riqueza e o poder de determinados países e grupos sociais em contraste com o aumento da desigualdade internacional e pessoal. Mostra que a partir do renascimento, com o antropocentrismo e seus desdobramentos científicos, técnicos e econômicos, que viabilizaram a ascensão do ocidente e a submissão do oriente, especialmente da China, até então o Império mais poderoso. O segundo quantifica o volume dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, total e por principais países e regiões, nas duas primeiras décadas do século XXI, e seus efeitos na produção científica. O terceiro quantifica os diferenciais internacionais e regionais do crescimento econômico e do comércio internacional, com destaque para a indústria manufatureira, dada sua importância como produtora dos bens de produção para se mesma e para os demais setores. Contrasta as mudanças da posição relativa do ocidente em relação ao oriente, ressaltando a ascensão chinesa e perda relativa dos Estados Unidos. Analisa as dificuldades da governança global, até então sob a liderança do denominado capitalismo central, e as diferentes tentativas do ocidente em recuperar sua posição relativa. O último procura situar a posição relativa do Brasil, suas vantagens relacionadas a sua dimensão territorial, seus nichos de eficiência produtiva, seu patrimônio ambiental, ausência de conflitos políticos com outros países, ao lado de elevadas desigualdades sociais, baixa escolaridade básica, deficiência de sua infraestrutura econômica e social, a fraqueza da burguesia nacional.